Como profeticamente vos alertei aqui vai o resultado LAMENTÁVEL de uma das melhores iniciativas televisivas dos últimos tempos:
1º António de Oliveira Salazar - 41,0%
2º Álvaro Cunhal - 19,1%
3º Aristides de Sousa Mendes - 13,0%
4º D. Afonso Henriques - 12,4%
5º Luís de Camões - 4,0%
6º D. João II - 3,0%
7º Infante D. Henrique - 2,7%
8º Fernando Pessoa - 2,4%
9º Marquês de Pombal - 1,7%
10º Vasco da Gama - 0,7%
A vitórias do fascismo no Portugal do séc XXI.
Podemos estar aqui a argumentar que só votaram 160.000 pessoas, que na prática os dois primeiros lugares se explicam pelo voto concertado, pela mobilização dos extremistas, mas o facto é que é este o resultado.
Não se tratou do Marquês de Pombal ganhar ao D. Afonso Henriques, ou do Infante D. Henrique ter ganho ao Fernado Pessoa.
Não, meus amigos, será mesmo o expoente do fascismo que figurará como o maior português de sempre, eleito pela sociedade portuguesa actual.
Medo!!! Muito medo... Ou estamos perante um cenário de neo-fascismo em Portugal ou (não sei qual será pior) estamos perante uma sociedade de alheados, de desligados, de desinteressados!
Isto seria só um concurso, ok... Mas o que é que (vos) custava perder 20 segundos para evitar um resultado embaraçoso e sobretudo injusto destes?
Caso me tivesse sido apresentada uma tabela com os dois primeiros lugares iria jurar que a ordenção se encontrava invertida, pois só assim faria sentido!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzDt-3O82aDZ-PctgckXp4a3JyqhqYvm6RQlhgcGxsdHciYFORtDAFszXrwyQGT5qtdNTen_1YzZuqIsby6iYL9WosOzC9ZSuXtiD0YI1boZ58esr3MM7SQyZQbb9bvF7vFbLk_53YnOG6/s748/foto.jpg)
quarta-feira, 28 de março de 2007
segunda-feira, 26 de março de 2007
Jantar de Quinta no dia 31.03.2007
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm0SzPUze3iGtySvAxnwQMxEjmtyljrxm3mYDnuvw9oDyXwLR6aQYcvk1YsG6-uestMvxgIc4UTrLng0Bbb2L3iaFRAVN2wmGagrmxVv5arFUzkNo9tyXJpZXEdyAuPuR4tNFAGsJZICM/s320/exam+005.gif)
Meus amigos
Aqui vai a lista de presencas confirmadas:
- Pedro Esperanca
- Miguel Brochado
- Rui Brochado
- Andre Rodrigues
- Daniel Brito
- Joaquim Tinoco
Parece que nao temos mais confirmacoes por agora... ate sexta feira confirmem, senao fica para a proxima. Antonio mantem-te a sombra porque senao ja sabes o que acontece ao sol... :)
Abraco
PBE
quinta-feira, 22 de março de 2007
Artigo Publico - 22 Março
Artigo do neurocientista António Damásio na "Nature"Lesões no cérebro geram escolhas morais anormais 22.03.2007 - 09h50 Ana Gerschenfeld
Você sabe que uma dada pessoa tem sida e que tenciona deliberadamente infectar outras. Algumas dessas pessoas irão com certeza morrer. As duas únicas opções que você tem são deixar que isso aconteça ou matar a pessoa. Você carrega no gatilho? A mera hipótese de virmos a ser confrontados com uma escolha destas, mesmo que retoricamente, provoca-nos arrepios, tal é a nossa aversão natural à ideia de tirar a vida a outro ser humano. No entanto, há pessoas que respondem pela afirmativa quando este cenário imaginário lhes é colocado. E essas pessoas, que basicamente não hesitariam em obliterar uma vida humana "em nome do bem colectivo", apresentam lesões numa região do seu cérebro necessária à produção de emoções.
António Damásio, da Universidade da Califórnia do Sul (USC), Marc Hauser, especialista do comportamento animal da Universidade de Harvard, e os seus colegas quiseram saber o seguinte: perante um dilema moral deste género, será que os sentimentos que nos acossam são somente uma consequência do horror da situação evocada? Ou será, pelo contrário, graças ao nosso cérebro "emocional" que somos capazes de fazer a escolha moral mais humana - a menos utilitária e fria -, recusando-nos a entrar na pele de um homicida justiceiro?
Para Damásio, autor do célebre livro O Erro de Descartes, a razão humana precisa das emoções para funcionar: não há escolha racional acertada na vida real sem a participação das emoções, da intuição, das nossas vísceras. Quanto a Hauser, autor de um recente livro intitulado Moral Minds: How Nature Designed Our Universal Sense of Right and Wrong, tem estudado nos animais os comportamentos precursores dos comportamentos morais humanos.
Estes cientistas concluem hoje, num artigo publicado na revista "Nature", que as emoções desempenham efectivamente um papel essencial no nosso desempenho moral. Sem elas, o nosso juízo moral não funciona. "O nosso trabalho fornece a primeira demonstração causal do papel das emoções nos juízos morais", diz Hauser, citado por um comunicado conjunto da USC, da Harvard e do Caltech.
Os investigadores apresentaram uma série de 13 dilemas morais deste tipo a 30 pessoas de ambos os sexos. Desses voluntários, seis tinham lesões no córtex prefrontal ventromedial (VMPC), 12 tinham outras lesões cerebrais e 12 não tinham lesões. O VMPC, situado ao nível da testa, faz parte dos circuitos "emocionais" do cérebro.Embora o dilema referido mais acima não fizesse parte do conjunto sob essa forma, algumas das escolhas propostas eram talvez mais arrepiantes ainda. Por exemplo: "Soldados inimigos invadiram a sua aldeia. Você e outros refugiam-se num sótão [...] O seu bebé começa a chorar. [...] Você tapa-lhe a boca. [...] Para salvar a sua própria vida e a dos outros você precisa de matar o seu filho por asfixia. Você asfixiaria o seu bebé para salvar a sua própria vida e a dos outros?"
Também foi pedido aos participantes para responderem a outros tipos de dilemas - uma série de dilemas morais menos pessoais e uma série de dilemas sem componente moral. Mas foi apenas perante os dilemas morais em que a morte imediata de alguém serve para evitar a morte futura de muitos que as diferenças entre as pessoas com lesões no VMPC e as outras se tornaram gritantes, com uma proporção significativamente mais elevada de respostas afirmativas, neste grupo, à resolução dos dilemas pelas armas, por assim dizer."
O que é absolutamente espantoso", acrescenta Hauser, "é a selectividade deste défice. As lesões do lóbulo frontal deixam intactas toda uma série de capacidades na resolução de problemas morais, mas afectam os juízos nos quais uma acção que provoca aversão é colocada em conflito directo com um desfecho fortemente utilitário". Por seu lado, Ralph Adolphs, do Caltech, explica: "Devido às suas lesões cerebrais, [as pessoas com lesões no VMPC] apresentam emoções anormais na vida real. Falta-lhes empatia e compaixão."
Você sabe que uma dada pessoa tem sida e que tenciona deliberadamente infectar outras. Algumas dessas pessoas irão com certeza morrer. As duas únicas opções que você tem são deixar que isso aconteça ou matar a pessoa. Você carrega no gatilho? A mera hipótese de virmos a ser confrontados com uma escolha destas, mesmo que retoricamente, provoca-nos arrepios, tal é a nossa aversão natural à ideia de tirar a vida a outro ser humano. No entanto, há pessoas que respondem pela afirmativa quando este cenário imaginário lhes é colocado. E essas pessoas, que basicamente não hesitariam em obliterar uma vida humana "em nome do bem colectivo", apresentam lesões numa região do seu cérebro necessária à produção de emoções.
António Damásio, da Universidade da Califórnia do Sul (USC), Marc Hauser, especialista do comportamento animal da Universidade de Harvard, e os seus colegas quiseram saber o seguinte: perante um dilema moral deste género, será que os sentimentos que nos acossam são somente uma consequência do horror da situação evocada? Ou será, pelo contrário, graças ao nosso cérebro "emocional" que somos capazes de fazer a escolha moral mais humana - a menos utilitária e fria -, recusando-nos a entrar na pele de um homicida justiceiro?
Para Damásio, autor do célebre livro O Erro de Descartes, a razão humana precisa das emoções para funcionar: não há escolha racional acertada na vida real sem a participação das emoções, da intuição, das nossas vísceras. Quanto a Hauser, autor de um recente livro intitulado Moral Minds: How Nature Designed Our Universal Sense of Right and Wrong, tem estudado nos animais os comportamentos precursores dos comportamentos morais humanos.
Estes cientistas concluem hoje, num artigo publicado na revista "Nature", que as emoções desempenham efectivamente um papel essencial no nosso desempenho moral. Sem elas, o nosso juízo moral não funciona. "O nosso trabalho fornece a primeira demonstração causal do papel das emoções nos juízos morais", diz Hauser, citado por um comunicado conjunto da USC, da Harvard e do Caltech.
Os investigadores apresentaram uma série de 13 dilemas morais deste tipo a 30 pessoas de ambos os sexos. Desses voluntários, seis tinham lesões no córtex prefrontal ventromedial (VMPC), 12 tinham outras lesões cerebrais e 12 não tinham lesões. O VMPC, situado ao nível da testa, faz parte dos circuitos "emocionais" do cérebro.Embora o dilema referido mais acima não fizesse parte do conjunto sob essa forma, algumas das escolhas propostas eram talvez mais arrepiantes ainda. Por exemplo: "Soldados inimigos invadiram a sua aldeia. Você e outros refugiam-se num sótão [...] O seu bebé começa a chorar. [...] Você tapa-lhe a boca. [...] Para salvar a sua própria vida e a dos outros você precisa de matar o seu filho por asfixia. Você asfixiaria o seu bebé para salvar a sua própria vida e a dos outros?"
Também foi pedido aos participantes para responderem a outros tipos de dilemas - uma série de dilemas morais menos pessoais e uma série de dilemas sem componente moral. Mas foi apenas perante os dilemas morais em que a morte imediata de alguém serve para evitar a morte futura de muitos que as diferenças entre as pessoas com lesões no VMPC e as outras se tornaram gritantes, com uma proporção significativamente mais elevada de respostas afirmativas, neste grupo, à resolução dos dilemas pelas armas, por assim dizer."
O que é absolutamente espantoso", acrescenta Hauser, "é a selectividade deste défice. As lesões do lóbulo frontal deixam intactas toda uma série de capacidades na resolução de problemas morais, mas afectam os juízos nos quais uma acção que provoca aversão é colocada em conflito directo com um desfecho fortemente utilitário". Por seu lado, Ralph Adolphs, do Caltech, explica: "Devido às suas lesões cerebrais, [as pessoas com lesões no VMPC] apresentam emoções anormais na vida real. Falta-lhes empatia e compaixão."
quarta-feira, 21 de março de 2007
Dia 21 de Março
Meus amigos, se pensavam que esta era mais uma quarta-feira, enganam-se.
O dia 21 de Março é bastante dado a efemérides. Senão vejam:
Dia Mundial do Sono (Organização Mundial da Saúde);
Dia Mundial da Infância (UNICEF);
Dia Mundial contra a Discriminação Racial (ONU);
Dia Mundial da Floresta / Dia Mundial da Árvore (ONU);
Dia Mundial da Poesia (UNESCO);
Dia Universal do Teatro (UNESCO).
Para além disso, hoje é o Equinócio de Primavera.
Como curiosidade aqui fica alguma info acerca do Equinócio:
Em astronomia, o equinócio é definido como um dos dois momentos em que o Sol, na sua órbita aparente (como vista da Terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre projectada na esfera celeste). Mais precisamente é o ponto onde a eclíptica (plano da órbita da Terra ao redor do Sol) cruza o equador celeste.
A palavra equinócio vem do Latim e significa "noites iguais". Os equinócios acontecem em Março e Setembro, as duas ocasiões em que o dia e a noite tem duração igual.
Ao medir a duração do dia, considera-se que o nascer do Sol é o instante em que metade do corpo solar está acima (ou metade abaixo) do horizonte, e o pôr do Sol o instante em que o corpo solar encontra-se metade abaixo (ou metade acima) do horizonte. Com esta definição o dia durante os equinócios têm 12 horas de duração.
Devido à órbita elíptica da Terra, as datas nas quais ocorrem os equinócios não dividem o ano em um número igual de dias.
Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol (periélio) viaja mais velozmente do que quanto está mais longe (afélio).
Digam lá se não gostaram!
É bastante óbvio que eu sabia isto tudo, pela facilidade demonstrada na explicação.
Em conclusão, durmam, leiam/escrevam uma poema e plantem uma árvore.
E já agora, tentem não agredir ou marginalizar um africano! (brincadeira! OK, APC? Não venhas só por isto com o discurso da evolução, da igualdade, do desenvolvimento, da modernização, pode ser? Era só uma graçola!)
O dia 21 de Março é bastante dado a efemérides. Senão vejam:
Dia Mundial do Sono (Organização Mundial da Saúde);
Dia Mundial da Infância (UNICEF);
Dia Mundial contra a Discriminação Racial (ONU);
Dia Mundial da Floresta / Dia Mundial da Árvore (ONU);
Dia Mundial da Poesia (UNESCO);
Dia Universal do Teatro (UNESCO).
Para além disso, hoje é o Equinócio de Primavera.
Como curiosidade aqui fica alguma info acerca do Equinócio:
Em astronomia, o equinócio é definido como um dos dois momentos em que o Sol, na sua órbita aparente (como vista da Terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre projectada na esfera celeste). Mais precisamente é o ponto onde a eclíptica (plano da órbita da Terra ao redor do Sol) cruza o equador celeste.
A palavra equinócio vem do Latim e significa "noites iguais". Os equinócios acontecem em Março e Setembro, as duas ocasiões em que o dia e a noite tem duração igual.
Ao medir a duração do dia, considera-se que o nascer do Sol é o instante em que metade do corpo solar está acima (ou metade abaixo) do horizonte, e o pôr do Sol o instante em que o corpo solar encontra-se metade abaixo (ou metade acima) do horizonte. Com esta definição o dia durante os equinócios têm 12 horas de duração.
Devido à órbita elíptica da Terra, as datas nas quais ocorrem os equinócios não dividem o ano em um número igual de dias.
Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol (periélio) viaja mais velozmente do que quanto está mais longe (afélio).
Digam lá se não gostaram!
É bastante óbvio que eu sabia isto tudo, pela facilidade demonstrada na explicação.
Em conclusão, durmam, leiam/escrevam uma poema e plantem uma árvore.
E já agora, tentem não agredir ou marginalizar um africano! (brincadeira! OK, APC? Não venhas só por isto com o discurso da evolução, da igualdade, do desenvolvimento, da modernização, pode ser? Era só uma graçola!)
terça-feira, 20 de março de 2007
And now for something completely different
Olá a todos,
Para os que quiserem, quando tiverem um tempinho e se gosterem do tema, a Esfera dos Livros publicou a tradução de História da Primeira Guerra Mundial, de Martin Gilbert.
Dei uma espreitadela e acabei por lê-lo de fio a pavio. Interessante, perceber as origens e consequências do primeiro conflito dito mundial, onde morreram 7.000 portugueses.
Aqui fica a sugestão
bjs
TMS
Para os que quiserem, quando tiverem um tempinho e se gosterem do tema, a Esfera dos Livros publicou a tradução de História da Primeira Guerra Mundial, de Martin Gilbert.
Dei uma espreitadela e acabei por lê-lo de fio a pavio. Interessante, perceber as origens e consequências do primeiro conflito dito mundial, onde morreram 7.000 portugueses.
Aqui fica a sugestão
bjs
TMS
segunda-feira, 19 de março de 2007
Dia do Pai
Hoje como devem saber é o Dia do Pai, meus amigos.
Mais uma daquelas datas "formatadas", destinadas ao consumismo, mas que ainda assim não deve passar despercebida.
A minha proposta de reflexão (na qual me incluo) é a seguinte:
Constam, até agora, deste Blogue 17 elementos, 12 dos quais caracterizados por apresentarem um orgão sexual externo.
Assumindo que a média de idades dos participantes rondará os 30 anos, qual a vossa explicação para que apenas o Vitó e o Filipe - 16,6(6)% do universo masculino - comemorem este dia na condição de progenitores?
Será um "sinal dos tempos"?
Será o reflexo de um menor interesse na perpetuação da espécie?
Será um receio excessivo na assumpção de responsabilidades?
Será influência da insegurança financeira e laboral que caracteriza a nossa sociedade?
Será uma questão de prioridades? Estarão a nossas prioridades racionalmente escaladas? Ou estarão demasiadamente racionalizadas?
Será uma característica de determinados grupos ou será uma questão generalizada à globalidade da população?
Será que a mítica barreira dos 30 anos já não é o que crescemos a pensar que seria?
Será assim tão díficil compatibilizar a solidificação (ou mesmo a evolução) de um percurso profissional com a "carreira" de pai (e já agora de mãe)?
Será este contexto uma escolha ou uma imposição?
Será que depois de tanto debate à volta do aborto, esta questão não se apresenta igualmente pertinente à discussão?
Digam lá de vossa justiça...
E não deixem passar em claro o Dia do Pai, mesmo que não concordem com esta coisa das datas marcadas!
Nota:
Já agora deixo-vos um apontamento.
O Blogue entrou na sua 7ª semana de vida. Podia fazer uma piada relacionada com o aborto... mas resisti, era muito fácil!!
;)
Take care.
Mais uma daquelas datas "formatadas", destinadas ao consumismo, mas que ainda assim não deve passar despercebida.
A minha proposta de reflexão (na qual me incluo) é a seguinte:
Constam, até agora, deste Blogue 17 elementos, 12 dos quais caracterizados por apresentarem um orgão sexual externo.
Assumindo que a média de idades dos participantes rondará os 30 anos, qual a vossa explicação para que apenas o Vitó e o Filipe - 16,6(6)% do universo masculino - comemorem este dia na condição de progenitores?
Será um "sinal dos tempos"?
Será o reflexo de um menor interesse na perpetuação da espécie?
Será um receio excessivo na assumpção de responsabilidades?
Será influência da insegurança financeira e laboral que caracteriza a nossa sociedade?
Será uma questão de prioridades? Estarão a nossas prioridades racionalmente escaladas? Ou estarão demasiadamente racionalizadas?
Será uma característica de determinados grupos ou será uma questão generalizada à globalidade da população?
Será que a mítica barreira dos 30 anos já não é o que crescemos a pensar que seria?
Será assim tão díficil compatibilizar a solidificação (ou mesmo a evolução) de um percurso profissional com a "carreira" de pai (e já agora de mãe)?
Será este contexto uma escolha ou uma imposição?
Será que depois de tanto debate à volta do aborto, esta questão não se apresenta igualmente pertinente à discussão?
Digam lá de vossa justiça...
E não deixem passar em claro o Dia do Pai, mesmo que não concordem com esta coisa das datas marcadas!
Nota:
Já agora deixo-vos um apontamento.
O Blogue entrou na sua 7ª semana de vida. Podia fazer uma piada relacionada com o aborto... mas resisti, era muito fácil!!
;)
Take care.
terça-feira, 13 de março de 2007
segunda-feira, 12 de março de 2007
Meus amigos:
Primeiro: APC cala-te!
Segundo: APC cala-te!
Terceiro: APC cala-te!
Ja chega amigo ou vou ter de ir a i a Lisboa dar-te um correctivo, hein??? Acho-te um gajo com mais ideias do que estar sempre a discutir a mesma coisa. Alem disso eu sei que adoras este tipo de discussoes... de lancar a confusao, estou certo?
Bem acho que ja todos demos a entender o nosso ponto de vista (ou quase todos)... Vamos tratar de assuntos serios agora: Quem quer ir ao proximo jantar das Quintas, realizado indiscutivelmente ao Sabado, ja que se pode tornar tradicao???
Vamos comecar a discutir o fim semana de 31 de marco, o que acham? Eu sugiro o mesmo sitio, a comida e boa, o preco tambem e' convidativo e pode-se falar alto, (sim estou a referir-me a voces Brochados...).
Abraco Malta
PBE
Primeiro: APC cala-te!
Segundo: APC cala-te!
Terceiro: APC cala-te!
Ja chega amigo ou vou ter de ir a i a Lisboa dar-te um correctivo, hein??? Acho-te um gajo com mais ideias do que estar sempre a discutir a mesma coisa. Alem disso eu sei que adoras este tipo de discussoes... de lancar a confusao, estou certo?
Bem acho que ja todos demos a entender o nosso ponto de vista (ou quase todos)... Vamos tratar de assuntos serios agora: Quem quer ir ao proximo jantar das Quintas, realizado indiscutivelmente ao Sabado, ja que se pode tornar tradicao???
Vamos comecar a discutir o fim semana de 31 de marco, o que acham? Eu sugiro o mesmo sitio, a comida e boa, o preco tambem e' convidativo e pode-se falar alto, (sim estou a referir-me a voces Brochados...).
Abraco Malta
PBE
sexta-feira, 9 de março de 2007
Mais lenha para a fogueira! Vai tudo cair-me em cima ...
Disclaimer:
1. Nao sou do Bloco nem gosto deles. Como toda a gente, eles às vezes têem boas ideias.
2. Nao quero mesmo tornar isto um blogue do aborto. Não tenho que culpa que seja um tema da actualidade e em 10 dias, só tenha havido um post de outra pessoa que não fosse sobre este tema.
3. Se receber mais de três pedidos para me calar de uma vez por todas com o aborto, juro que me calo. Mas vou-me sentir censurado e triste por perder este divertimento de postar sobre isto... :)
Comentário:
1. Finamente, uma proposta séria para acabar com o aborto e que não parte do pressuposto demagógico de que o problema é certas mulheres (de 16 anos) serem umas irresponsáveis e criminosas que querem matar uma vida .. (!) (Ui, o Miguel quando vir isto vai-se espumar todo ... Ja o estou a ouvir aos berros lá na Madeira!!! )
Problema: Falta de prevenção + mulheres que engravidam sem querer ser mães.
Solução: Preservativos à borla em todo o lado.
2. Muita pena que uma proposta tão boa tenha vindo do Bloco de Esquerda, os radicais ... o que andam a fazer os outros incompetentes pagos com os meus impostos?
A notícia:
JORNADAS PARLAMENTARES
BE quer plano de prevenção de gravidez na adolescência
O Bloco de Esquerda quer que o Governo crie um plano nacional de prevenção da gravidez na adolescência e uma rede nacional de contraceptivos. Os bloquistas defendem ainda a realização de um estudo sobre a gravidez entres as jovens portuguesas.
( 15:54 / 09 de Março 07 )
O Bloco de Esquerda defendeu, esta sexta-feira, a criação de um plano nacional de prevenção da gravidez na adolescência e uma rede nacional de contraceptivos, na sequência das alterações à lei do aborto.
«O nosso país tem taxas de gravidez na adolescência muito significativas» e «somos o segundo país com a maior taxa na União Europeia», disse a deputada Helena Pinto, alertando para a necessidade de «ter uma política pública para prevenir a gravidez» entre adolescentes
Helena Pinto falava aos jornalistas depois de uma visita à consulta da gravidez adolescente da Maternidade Alfredo da Costa, Lisboa - que regista por ano 120 partos de grávidas com uma média de idades de 16 anos -, uma iniciativa inserida das jornadas parlamentares do partido.
A deputada do BE defendeu que «é necessário fazer um diagnóstico concelho a concelho para que se perceba exactamente qual é a situação» da gravidez na adolescência em Portugal e acrescentou que o «Governo deve elaborar plano nacional de prevenção da gravidez na adolescência».
Para os bloquistas é também necessário desenvolver «uma política pública de saúde sexual e reprodutiva», sobretudo tendo em conta a vitória obtida no referendo ao aborto.
O Bloco de Esquerda defende, neste sentido, a criação de «uma rede de cuidados contraceptivos que chegue a todos os centros de saúde e a todos os hospitais».
O Bloco de Esquerda quer ainda que os projectos de Educação Sexual nas escolas passem a ser obrigatórios e entende ser necessária a criação de um Gabinete de Atendimento nas escolas para esclarecer os jovens fora do âmbito da sala de aula.
1. Nao sou do Bloco nem gosto deles. Como toda a gente, eles às vezes têem boas ideias.
2. Nao quero mesmo tornar isto um blogue do aborto. Não tenho que culpa que seja um tema da actualidade e em 10 dias, só tenha havido um post de outra pessoa que não fosse sobre este tema.
3. Se receber mais de três pedidos para me calar de uma vez por todas com o aborto, juro que me calo. Mas vou-me sentir censurado e triste por perder este divertimento de postar sobre isto... :)
Comentário:
1. Finamente, uma proposta séria para acabar com o aborto e que não parte do pressuposto demagógico de que o problema é certas mulheres (de 16 anos) serem umas irresponsáveis e criminosas que querem matar uma vida .. (!) (Ui, o Miguel quando vir isto vai-se espumar todo ... Ja o estou a ouvir aos berros lá na Madeira!!! )
Problema: Falta de prevenção + mulheres que engravidam sem querer ser mães.
Solução: Preservativos à borla em todo o lado.
2. Muita pena que uma proposta tão boa tenha vindo do Bloco de Esquerda, os radicais ... o que andam a fazer os outros incompetentes pagos com os meus impostos?
A notícia:
JORNADAS PARLAMENTARES
BE quer plano de prevenção de gravidez na adolescência
O Bloco de Esquerda quer que o Governo crie um plano nacional de prevenção da gravidez na adolescência e uma rede nacional de contraceptivos. Os bloquistas defendem ainda a realização de um estudo sobre a gravidez entres as jovens portuguesas.
( 15:54 / 09 de Março 07 )
O Bloco de Esquerda defendeu, esta sexta-feira, a criação de um plano nacional de prevenção da gravidez na adolescência e uma rede nacional de contraceptivos, na sequência das alterações à lei do aborto.
«O nosso país tem taxas de gravidez na adolescência muito significativas» e «somos o segundo país com a maior taxa na União Europeia», disse a deputada Helena Pinto, alertando para a necessidade de «ter uma política pública para prevenir a gravidez» entre adolescentes
Helena Pinto falava aos jornalistas depois de uma visita à consulta da gravidez adolescente da Maternidade Alfredo da Costa, Lisboa - que regista por ano 120 partos de grávidas com uma média de idades de 16 anos -, uma iniciativa inserida das jornadas parlamentares do partido.
A deputada do BE defendeu que «é necessário fazer um diagnóstico concelho a concelho para que se perceba exactamente qual é a situação» da gravidez na adolescência em Portugal e acrescentou que o «Governo deve elaborar plano nacional de prevenção da gravidez na adolescência».
Para os bloquistas é também necessário desenvolver «uma política pública de saúde sexual e reprodutiva», sobretudo tendo em conta a vitória obtida no referendo ao aborto.
O Bloco de Esquerda defende, neste sentido, a criação de «uma rede de cuidados contraceptivos que chegue a todos os centros de saúde e a todos os hospitais».
O Bloco de Esquerda quer ainda que os projectos de Educação Sexual nas escolas passem a ser obrigatórios e entende ser necessária a criação de um Gabinete de Atendimento nas escolas para esclarecer os jovens fora do âmbito da sala de aula.
sexta-feira, 2 de março de 2007
Os intolerantes voltam a atacar!
Os nossos direitos de cidadania continuam a ser postos em causa, desta vez por um partido político:
1. O PSD insiste na BARBARIDADE do "a vida humana é intocável". Continuam a querer impôr aos outros a sua "crença" que já existe uma vida humana e que esta começa as 00:01 segundos de fertilização do óvulo pelo espermatozóide.
Apesar de isto ja ter sido votado, e ja se ter percebido que não é nada equivalente a uma vida humana, para a maior parte das pessoas que votaram. Ate as dez semanas, não é. É uma vida-intra-uterina, que vale o que vale. Alias, se for anormal ou o pai for um violador, ja hoje em dia esta vida não vale nada.
2. Continuando com o seu espirito de maus perdedores, querem agora, que as mulheres sejam OBRIGADAS a ser "aconselhadas" por um médico, uma "intervenção de aconselhamento no sentido de tentar prevenir o aborto", dizem eles.
Não é um intervenção para explicar o que é uma interrupção da gravidez. É para convencê-la a não abortar. Se calhar nesta reuniao, se a mulher disser "NAO QUERO UM FILHO, PONTO FINAL!"o médico vai dizer, não, não !!! tenha na mesma!!!! depois dê para adopção o filho que entretanto gerou!!!! , ou entao o médico, vai propor pagar do bolso dele para alimentar a criança, a escola, a universidade, oferece-se para ser pai, se o pai verdadeiro não quiser sê-lo, ver o miudo aos fins de semana, levá-lo ao futebol, desintoxicar o padrasto, dar umas roupinhas e uns brinquedos em segunda mão ao pobrezinho, etc..
mas que charada é esta??? PREVENIR??? MAS QUAL VIDA HUMANA??? VOU TER QUE SER OBRIGADO A OUVIR CONSELHOS MORAIS SOBRE A MINHA VIDA PRIVADA A UM IDIOTA QUALQUER QUE NAO CONHECO DE LADO NENHUM???
3. O PSD já se prepara tambem para a batalha constitucional para retardar, atrasar na secretaria aquilo que ja perderam no referendo. Preparam-se para vir "ensinar" aos portugueses a ler a Constituição do seu país: ou seja, quando diz lá que a vida é inviolavel, os portugueses, BURROS, não tinham percebido que esta não começa quando a pessoa nasce.
Os senhores deputados querem RE-ESCREVER a CONSTITUIÇÂO DA REPUBLICA PORTUGUESA estabelecendo lá que ela começa às 00:01 segundos de vida, esta provado cientificamente, por isso os portugueses votaram mal no referendo e precisam de ser "aconselhados".
a noticia :
http://www.tsf.pt/online/portugal/interior.asp?id_artigo=TSF178231
10:08 / 02 de Março 07 )
O PSD apresenta, esta sexta-feira, uma proposta para a regulamentação da nova lei sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), na qual defende a necessidade de aconselhamento obrigatório para as mulheres que desejem abortar.
Os sociais-democratas lembram que uma das leis fundamentais é que a vida humana é intocável e, como tal, consideram que o Estado não se pode demitir de proteger esse direito.
O líder parlamentar do PSD, Marques Guedes, explicou à TSF que a proposta se inspira na lei alemã, mantendo «intocável a liberdade de decisão da mulher», mas «sem que o Estado abdique da tutela do direito à vida, e como tal de uma intervenção de aconselhamento no sentido de tentar prevenir o aborto».
Com esta tomada de posição, o PSD poderá, no futuro, invocar a inconstitucionalidade do projecto apresentado pela esquerda parlamentar.
1. O PSD insiste na BARBARIDADE do "a vida humana é intocável". Continuam a querer impôr aos outros a sua "crença" que já existe uma vida humana e que esta começa as 00:01 segundos de fertilização do óvulo pelo espermatozóide.
Apesar de isto ja ter sido votado, e ja se ter percebido que não é nada equivalente a uma vida humana, para a maior parte das pessoas que votaram. Ate as dez semanas, não é. É uma vida-intra-uterina, que vale o que vale. Alias, se for anormal ou o pai for um violador, ja hoje em dia esta vida não vale nada.
2. Continuando com o seu espirito de maus perdedores, querem agora, que as mulheres sejam OBRIGADAS a ser "aconselhadas" por um médico, uma "intervenção de aconselhamento no sentido de tentar prevenir o aborto", dizem eles.
Não é um intervenção para explicar o que é uma interrupção da gravidez. É para convencê-la a não abortar. Se calhar nesta reuniao, se a mulher disser "NAO QUERO UM FILHO, PONTO FINAL!"o médico vai dizer, não, não !!! tenha na mesma!!!! depois dê para adopção o filho que entretanto gerou!!!! , ou entao o médico, vai propor pagar do bolso dele para alimentar a criança, a escola, a universidade, oferece-se para ser pai, se o pai verdadeiro não quiser sê-lo, ver o miudo aos fins de semana, levá-lo ao futebol, desintoxicar o padrasto, dar umas roupinhas e uns brinquedos em segunda mão ao pobrezinho, etc..
mas que charada é esta??? PREVENIR??? MAS QUAL VIDA HUMANA??? VOU TER QUE SER OBRIGADO A OUVIR CONSELHOS MORAIS SOBRE A MINHA VIDA PRIVADA A UM IDIOTA QUALQUER QUE NAO CONHECO DE LADO NENHUM???
3. O PSD já se prepara tambem para a batalha constitucional para retardar, atrasar na secretaria aquilo que ja perderam no referendo. Preparam-se para vir "ensinar" aos portugueses a ler a Constituição do seu país: ou seja, quando diz lá que a vida é inviolavel, os portugueses, BURROS, não tinham percebido que esta não começa quando a pessoa nasce.
Os senhores deputados querem RE-ESCREVER a CONSTITUIÇÂO DA REPUBLICA PORTUGUESA estabelecendo lá que ela começa às 00:01 segundos de vida, esta provado cientificamente, por isso os portugueses votaram mal no referendo e precisam de ser "aconselhados".
a noticia :
http://www.tsf.pt/online/portugal/interior.asp?id_artigo=TSF178231
10:08 / 02 de Março 07 )
O PSD apresenta, esta sexta-feira, uma proposta para a regulamentação da nova lei sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), na qual defende a necessidade de aconselhamento obrigatório para as mulheres que desejem abortar.
Os sociais-democratas lembram que uma das leis fundamentais é que a vida humana é intocável e, como tal, consideram que o Estado não se pode demitir de proteger esse direito.
O líder parlamentar do PSD, Marques Guedes, explicou à TSF que a proposta se inspira na lei alemã, mantendo «intocável a liberdade de decisão da mulher», mas «sem que o Estado abdique da tutela do direito à vida, e como tal de uma intervenção de aconselhamento no sentido de tentar prevenir o aborto».
Com esta tomada de posição, o PSD poderá, no futuro, invocar a inconstitucionalidade do projecto apresentado pela esquerda parlamentar.
quinta-feira, 1 de março de 2007
Dedicado a todos os nortenhos terceiros mundistas descomplexados
Passei por este texto e quis partilha-lo com todos vós.
Vale a pena a leitura, acreditem, pelo texto em si, pelas verdades que encerra, e por quem o escreveu, para além de todas as suas caracteristicas que pessoalmente admiro, por ser lisboeta e europeu.
Abraços
«Primeiro, as verdades.
O Norte é mais Português que Portugal.
As minhotas são as raparigas mais bonitas do País.
O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela.
As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.
Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à
vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca.
Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco
ao olhar. Até o granito das casas.
Mais verdades.
No Norte a comida é melhor.
O vinho é melhor.
O serviço é melhor.
Os preços são mais baixos.
Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia.
Estas são as verdades do Norte de Portugal.
Mas há uma verdade maior.
É que só o Norte existe. O Sul não existe.
As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta.
Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte.
No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista?
No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país.
Não haja enganos.
Não falam do Norte para separá-lo de Portugal.
Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.
Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal.
Mas o Norte é onde Portugal começa.
Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.
Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, > Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito> pequenina. No Norte.
Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular.
É esta a verdade.
Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte. Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.
No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa.
O Norte cheira a dinheiro e a alecrim.
O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade.
Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.
O Norte é feminino.
O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher
portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.
As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos. Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito. Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas. São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem. As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer.
Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente. Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial. Só descomposturas, e mimos, e carinhos.
O Norte é a nossa verdade.
Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no
Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores. Depois percebi.
Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte".
Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.
No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita. O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os- Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm e dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse
só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?».
por Miguel Esteves Cardoso
Vale a pena a leitura, acreditem, pelo texto em si, pelas verdades que encerra, e por quem o escreveu, para além de todas as suas caracteristicas que pessoalmente admiro, por ser lisboeta e europeu.
Abraços
«Primeiro, as verdades.
O Norte é mais Português que Portugal.
As minhotas são as raparigas mais bonitas do País.
O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela.
As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.
Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à
vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca.
Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco
ao olhar. Até o granito das casas.
Mais verdades.
No Norte a comida é melhor.
O vinho é melhor.
O serviço é melhor.
Os preços são mais baixos.
Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia.
Estas são as verdades do Norte de Portugal.
Mas há uma verdade maior.
É que só o Norte existe. O Sul não existe.
As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta.
Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte.
No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista?
No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país.
Não haja enganos.
Não falam do Norte para separá-lo de Portugal.
Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.
Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal.
Mas o Norte é onde Portugal começa.
Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.
Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, > Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito> pequenina. No Norte.
Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular.
É esta a verdade.
Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte. Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.
No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa.
O Norte cheira a dinheiro e a alecrim.
O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade.
Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.
O Norte é feminino.
O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher
portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.
As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos. Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito. Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas. São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem. As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer.
Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente. Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial. Só descomposturas, e mimos, e carinhos.
O Norte é a nossa verdade.
Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no
Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores. Depois percebi.
Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte".
Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.
No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita. O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os- Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm e dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse
só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?».
por Miguel Esteves Cardoso
Subscrever:
Mensagens (Atom)