sexta-feira, 7 de setembro de 2007

R.I.P. Pavarotti

Ontem morreu Luciano Pavarotti.
Não sou propriamente um fã, muito menos um "expert" nestes assuntos, mas é inegável que ele conquistou merecidamente um lugar de destaque na história da música.
É apontado, por quem sabe, como o maior tenor de todos os tempos, vendeu cerca de 100 milhões de discos em toda a carreira e ficará reconhecido como o homem que "democratizou" a ópera e o canto lírico.
Além de tudo, visto de fora e sem grande conhecimento de causa, parecia-me claramente uma "boa pessoa", um tipo sempre afável e bem disposto, apaixonado pelo que fazia e defensor de causas nobres.
Assim, fica aqui o nosso "importante" tributo.
O mundo fica obviamente mais pobre sem estas grandes figuras e devemos ficar felizes por termos sido contemporâneos deste grande vulto.
E é que era mesmo grande (chegou a pesar 180Kgs!).
Deixo-vos o exemplo máximo do seu talento.
A área chama-se "Nessun dorma", era a sua marca, o seu peso-pesado, como nos é dito pelo comentador italiano.
Coincidentemente, ou talvez não, foi o que cantou na sua última actuação, na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, em Turim (vídeo).
Curiosamente o estádio em que decorreu a cerimónia é aquele onde joga a equipa de futebol pela qual tiffava, a grande Juventus (para além do Modena, clube da sua terra).
Finalmente gostava de vos deixar uma curiosidade:
"Nessun dorma" é uma área do acto final da ópera "Turandot", de Puccini.
A área, cujo título em português se traduzirá como "Ninguém durma", segue-se à proclamação pela Princesa Turandot de que ninguém deverá dormir, toda a gente deverá ocupar a noite na tentativa de descobrir o nome do príncipe deconhecido, Calàf, que lançou o desafio de caso o seu nome não fosse descoberto a "fria" Princesa Turandot casaria com ele.
Calàf canta, denunciando a sua certeza de que todos os esforços na tentativa de descobrir o seu nome serão em vão.
A letra é a seguinte:

Nessun dorma! Nessun dorma!
Tu pure, o, Principessa,
nella tua fredda stanza,
guardi le stelleche
fremono d'amore
e di speranza.
Ma il mio mistero e chiuso in me,
il nome mio nessun sapra!
No, no, sulla tua bocca lo diro
quando la luce splendera!
Ed il mio bacio sciogliera il silenzio
che ti fa mia!
Dilegua, o notte!
Tramontate, stelle!
Tramontate, stelle!
All'alba vincero!
vincero, vincero!


E em português será algo como:

Ninguém deverá dormir! Ninguém deverá dormir!
E tu, também, Princesa,
no teu quarto frio,
olha para as estrelas
que brilham com amor
e esperança!

Mas o meu mistério está encerrado em mim,
ninguém saberá o meu nome!
Não, não, eu di-lo-ei quando a minha boca
se encontrar com a tua, quando o amanhecer chegar!

E o meu beijo quebrará o silêncio
que te faz minha!

Desaparece, ó noite!
Desvaneçam, estrelas!
Desvaneçam, estrelas!
Ao amanhecer eu vencerei!
Vencerei, vencerei!

Isto é tudo muito bonito, a músia, a letra, a voz!
Pavarotti só não venceu um cancro no pâncreas, mas ganhou a imortalidade!

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