terça-feira, 27 de janeiro de 2009

The Doors


Há 42 anos, em 27 de Janeiro de 1967, foi editado o primeiro albúm dos "The Doors", com o título homónimo ao da banda.

Por curiosidade, o nome "The Doors" teve a sua origem no livro "The Doors of Perception", publicado em 1954, da autoria de Aldous Huxley (reconhecido escritor inglês do séc XX, radicado posteriormente em Los Angeles), em que o criador de "Brave New World" (a sua obra-prima, de 1932) relata as próprias experiências com o consumo de mescalina (droga alucinógena extraída do cacto peiote).
Por sua vez, o titulo desse livro deriva de uma expressão constante de "The Marriage of Heaven and Hell", de William Blake (visionário poeta e pintor inglês dos séc XVIII e XIX):
"If the doors of perception were cleansed every thing would appear to man as it is, infinite."

Este albúm de estreia é tido por muitos como o melhor trabalho da banda e considerado como um dos instrumentos essenciais no movimento de "contra-cultura" e na revolução social ocorrida na segunda metade da década de 60.
Em 2003, foi votado como o 42º melhor albúm de todos os tempos pela revista "Rolling Stone" e 60º pela cadeia televisiva "VH1". Posições claramente insuficientes e depreciativas, na minha (facciosa) opinião.
O alinhamento musical de "The Doors", é o seguinte:

Side one
"Break On Through (To the Other Side)" – 2:29
"Soul Kitchen" – 3:35
"The Crystal Ship" – 2:34
"Twentieth Century Fox" – 2:33
"Alabama Song (Whisky Bar)" (Bertolt Brecht, Kurt Weill) – 3:20
"Light My Fire" – 7:06

Side two
"Back Door Man" (Willie Dixon) – 3:34
"I Looked at You" – 2:22
"End of the Night" – 2:52
"Take It as It Comes" – 2:17
"The End" – 11:41

O primeiro single a ser retirado de "The Doors" foi "Break On Through (To the Other Side)", mas seria com o segundo, "Light My Fire", que chegaria o sucesso.
"Light My Fire" vendeu 1 milhão de cópias e chegou a nº1 da Billboard, em 29 de Julho de 1967.

Para além das músicas já referidas importa realçar "Soul Kitchen", "The Crystal Ship", as versões de "Alabama Song (Whisky Bar)" e "Back Door Man" (as duas músicas do alinhamento cuja autoria não pertence à banda) e inevitavelmente "The End", um verdadeiro hino, que "transpira" toda a magia e alucinação da música dos "The Doors" e das letras do "grande poeta americano", Jim Morrison!
Em conclusão, uma peça incontornável em qualquer colecção musical.

3 comentários:

RMB disse...

Os "The Doors" foram a grande banda da minha adolescência, pelo menos até à assimilação plena do movimento grunge ou do "rock de Seattle".

Na ressaca do grande filme do Oliver Stone, descobri a fascinante música e o alucinante percurso dos "The Doors", marcados indubitavelmente por uma das maiores personagens de todos os tempos, Jim Morrison.

Olhando para trás sinto-me um preveligiado por ter vivido, num período tão particular como é a adolescência de cada um, a minha "paixão" por uma banda tão icónica e por uma figura tão particular.

Os "The Doors" e o Jim Morrison marcaram-me definitivamente e ajudaram a construir muito da minha individualidade e sobretudo da minha forma de olhar e intrepertar o que me rodeia, de me posicionar, por assim dizer.
Foram a banda sonora de momentos importantes que recordo já com muita nostalgia.

Se de facto admitirmos a existência de etapas mais fundamentais que outras ao longo do nosso crescimento enquanto pessoas, penso que, no meu caso, talvez as mais importantes foram percorridas ao som dos "The Doors", que por isso mesmo ficaram irreversivelmente enraizados em mim.

E é mesmo essa a parte boa da coisa...

"I´m the lizard king, I can do anything!" ;)

Anónimo disse...

Nao sou um fa incondicional dos Doors nem quando penso em momentos importantes nao os associo a musica deles mas devo dizer que realmente quando ouco a musica deles na radio ha ali qualquer coisa que nos faz vibrar.
E a postura do Jim, meio genio meio alucinado tambem ajudou a popularidade da banda.
So tenho e' uma questao, se nao tivessem inventado o LSD, os Doors existiriam? Penso que nao... mas ainda bem que o LSD, uma droga criada com uns fins completamente dispares daqueles para que foram utilizados, existiu.

PBE

RMB disse...

Sem o LSD ou outros quimicos talvez não tivessem sido o que foram, mas a utilização dessas substâncias na altura era generalizada, uma espécie de afirmação cultural.

Mesmo as bandas e as figuras mediáticas tidas como mais "certinhas" andaram todas por lá.
É uma caractrística da geração e da cultura das décadas de 60 e 70.

Naturalmente que o LSD e outras formas de alteração do estado de consciência contribuiram para a inspiração do Jim Morrison e dos "The Doors" e ainda bem que assim foi.

Dessa forma ficariamos privados da magia que nos transmitem todas as suas canções e da fascinação da poesia do "Rei Lagarto".