quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Casamento entre Homosexuais: Participem, dêem a vossa opinião!

Visto que o Miguel me obriga a vir a este blog diariamente para lhe responder, decidi aceder ao apelo do Rui, quando diz que (e concordo!) :

"O vosso contributo será determinante, como de resto o de todos até agora. Esse é de facto o caminho, meus amigos. A opinião, a intervenção, o debate de diferentes ideias (mesmo apesar de
ser necessário tirar uns dias de férias para ler tanto comentário). :)"

Lanço então um novo tópico, baseado na seguinte noticia de jornal:

A direcção da Juventude Socialista (JS) definiu hoje os temas prioritários a desenvolver até ao final deste ano, remetendo a questão de os casamentos entre homossexuais para os dois últimos anos da legislatura.

... a JS já apresentou publicamente o seu anteprojecto, em Fevereiro de 2006, faltando-lhe apenas entregá-lo na mesa do Parlamento e promover um debate público sobre o tema.Após a entrega na mesa do parlamento, o agendamento do diploma da JS depende da vontade da direcção do PS, mas os jovens socialistas contam que isso aconteça, pelo menos, quando o Bloco de Esquerda ou "Os Verdes" decidirem agendar os seus projectos de legalização dos casamentos entre homossexuais.

Confesso que aguardo as opiniões de todos, embora, sinceramente, esteja mais à espera do comentários do Miguel essencialmente para perceber se além de intolerante em relação a um direito básico das mulheres (poder ou não optar por interromper a sua gravidez, logo no inicio), tambem é homofóbico, visto que noutro post já classificou os comunistas de "F#s da P#ta" e disse a seguir que antes de comunista preferia ser "gay". Parece-me que isto não coloca os "gays" muito longe dos "filhos da p##", mas o Miguel, esclarecerà.

Para começar no entanto a discussão, deixo a minha opinião:

Tal como na questão do aborto até um determinado ponto (10 semanas), aceito tambem uma uniao entre homosexuais na ordem juridica portuguesa, de forma a não penalizar os direitos de concidadoes meus. Embora nao simpatize, e por vezes condene moralmente a homosexualidade, (como no aborto, que não apoio moralmente), entendo que o facto de eles gozarem dos mesmos direitos que as pessoas casadas, não prejudica o direito de mais ninguem, como tal, têem esse direito.

Apenas com 2 ressalvas:

Não deve ser permitido usar o termo "casamento", porque este esta convencionado e refere-se a uniao civil ou religiosa entre homem e mulher, como tal, os homosexuais nao teem direito de alterar o significado desta convenção, inventada por outras pessoas, para outros efeitos e cujos direitos seriam violados.

Não devem poder adoptar crianças, porque por terem tomado a opção de ser homosexuais, não seriam nunca capazes de as gerar entre eles (as menos que um deles mude de sexo) e como tal, ser pais/mães. Acresce que os filhos adoptados nunca teriam um pai/mãe, se isto fosse permitido, e acho que é um direito que lhes assiste. Ora, como não faz sentido perguntar a uma criança (nb: existente, nao "futura"): "Olha meu bebe, não te importas de não ter paizinho ou maezinha? Ha aqui um casal de senhores / senhoras que te quer adoptar!" ; entao, julgo que se justifica pôr na lei que estes casais nao devem poder adoptar, para proteger os direitos desta criança (já viva, volto a realçar).

Como veem, argumentos fundamentados em factos objectivos e tentando respeitar a liberdade individual de cada cidadão, abstendo-me de defender legislação com base na minha repulsa natural pelos homosexuais, que tento ao maximo contrariar, para nao ser homofobico, que e uma coisa muito feia.

Abraços,

PC

8 comentários:

António Rodrigues disse...

Caro APC, aqui vai a minha opinião:

Acho que em tudo na vida se deve aplicar o princípio em que "a minha liberdade tem como limite a liberdade dos outros".

Desse modo, concordo que os homossexuais tenham a liberdade de se casar tal como os heterossexuais. Não me importo muito se vão usar ou não o termo "casamento". Isso para mim é indiferente.

Não concordo com a possibilidade de adopção de crianças por parte dos casais homossexuais, porque acho que à criança deve ser dada a possibilidade de fazer parte de uma família cujo casal seja heterossexual, não só pela questão de os casais homossexuais não poderem per se gerar vida, mas também porque acho que o contributo de um pai e de uma mãe complementa o crescimento da criança.

Abraços,

AMR

DDB disse...

Pedro o Socrates na entrevista k deu à Única este fds mandou prás calengas este tema ou kk outro k seja fracturante. A js seguiu a indicação partidária e retirou a proposta.

Mediha Gündoğan disse...

Eu sei, Daniel.

Mas isso (o adiamento) nao te impede de ter uma opiniao sobre o assunto, ou impede?

Ou a tua opiniao e demasiado fracturante?

Vamos la ouvi-la ...

RMB disse...

Por príncipio defendo a liberdade de escolha e admito que os impulsos primários são esmagadoramente inatos.
Deste modo, acredito que qualquer indíviduo não deve contrariar a sua natureza, qualquer que ela seja.
Se alguém nasceu com predisposição homossexual deverá assumi-lo de forma natural para conseguir ter uma existência feliz.
Se o conceito de felicidade para a comunidade gay passar pelo casamento, tudo bem. É a escolha deles e a vida deles.
Não compreendo é que essa união tenha dimensão religiosa (penso que na generalidade não terá), uma vez que as premissas de grande parte das religiões não defende a "comunhão" de indivíduos do mesmo sexo. Deste modo, se alguém não se revê num determinado contexto, também não deverá querer abraçá-lo.
Daí que a existência ou não de casamento entre homossexuais será apenas uma questão detalhe.
Sem conhecimento profundo de causa, o que é que a sua implementação alterará na vivência prática de um homossexual?
Concordo perfeitamente com o que foi já defendido, a impossibilidade de adopção por homossexuais.
Não pela razão de se não podem gerar entre eles filhos também não os devem ter, pois existem muitos casais heterossexuais que infelizmente não se conseguem reproduzir e em minha opinião tem todo o direito a socorrerem-se de alternativas como a adopção.
Penso sim que a não permissão da adopção por homossexuais se deve fundamentar sobretudo no contexto educacional "alternativo" que iria irremediavelmente ser criado.
E não estão em causa as questões materiais ou de afecto pela criança, mas sobretudo o terreno "armadilhado" em que seria cultivada a sua educação.
Não estamos a falar de cenários como pais divorciados, mães solteiras, "single parents", ou famílias "renovadas". Aí os conceitos de família, apesar de alterados, são perfeitamente identicados e compreendidos pela criança.
No caso da adopção por um casal homossexual, mesmo admitindo (no melhor cenário) somente influências negativas exógenas à família, a criança saíria termendamente penalizada.

Anónimo disse...

Meus amigos

Eu poderia ser politicamente correcto e dizer que todos tem direito a sua liberdade e que como pessoas devem ter todos os direitos, mas sinceramente nao me apetece. Vou assumir: sou um pouco homofobico, nao gosto de os ver juntos nao gosto daquele ar amaricado, nao gosto.
No entanto, e antes que me matem, eu acho que devem ter os mesmos direitos que todos nos heterosexuais, excepto na questao do casamento e adopcao. Passo a explicar:
1. Eu nao aceito quando me vem dizer que ser gay e normal, nao e'!!! Ser normal e' duas pessoas de sexos diferentes estarem juntas, porque senao nos nao estavamos aqui hoje e eles nao precisavam de vaselina para terem sexo... Tambem nao os considero aberracoes nem anormais mas o comportamento deles e' anormal (desviante) da sociedade mas como nao limita a minha liberdade como cidadao nao e’ nada que me incomoda.
2. Legitimar casamentos entre homossexuais e’ dar um sinal de que e’ normal ser-se gay, nao acho bem. Porque raio querem eles se casar se o casamento foi feito para unir duas pessoas de sexos diferentes, criar uma familia estavel, etc..., nao ha grande explicacao.
3. Concordo com a maioria dos comentarios acerca da adopcao, salientando ainda o facto de que se fosse gay nao gostaria que o meu filho fosse maltratado na escola por causa da minha opcao.
Vou fazer uma comparacao um pouco absurda mas apetece-me: os muculmanos acham o mundo ocidental podre, no entanto, aproveitam-se dele quando vem para ca trabalhar. As pessoas tem de ser coerentes com os seus ideais de vida: se es gay entao nao faz parte duma relacao gay o casamento nem a adopcao, e' contra natura, quais as vantagens para eles? Como diz o outro e’ so para fazer pirraca...

Abracos
Pbe

DDB disse...

Pedro o meu comentário anterior tinha cmo objectivo ser apenas informativo.

Claro k tenho 1 opinião se é fracturante ou n deixo ao teu critério e ao dos leitores deste post.

Apesar de moralmente ter uma certa repulsa sobre o relacionamento entre 2 pexoas do mesmo sexo fui educado a respeitar a liberdade dos outros, obviamente se respeitarem a minha. Para mim é indiferente se a lei lhes permite o casamento (ou outra terminologia k lhe poxam atribuir)ou n.

Quanto à adopção patilho das objecções transcritas nos comentários anteriores

MPB disse...

Como sempre o Pedro vive inquieto sobre o que eu possa dizer e aproveita todos os seus posts para introduzir o tema do aborto, mesmo quando tal facto é perfeitamente despropositado.

Mas abstendo-me de tecer comentarios a isso, pois guardo-os para outro post.
A minha opinião sobre este assunto é a seguinte.

Constantando e reforçando o habito que o Pedro introduziu neste bolg, que é o de erradamente me caracterizar, devo-vos dizer que não sou homofobico. Admito que tal como muitas pessoas que conheço não me coíbo de fazer uma ou outra graçola com a situação ou tecer um ou outro comentário quando deparado com relações homossexuais. No entanto, fico-me apenas por aí. Uma das viagens que mais simpaticamente recordo foi a Mykonos, uma ilha grega onde a homessexualidade é encarada de uma forma bastante heterossexual, se é que me faço entender. E nem por isso, as rotinas e quotidianos são diferentes ou perturbadores, pelo contrario são inclusivé mais divertidos, descontraidos e apelativos. Isto porque existe uma certa libertação social e sexual entre homossexuais que os heterossexuais não têm e alastra a estes ultimos naquele pequeno universo.

Como sou a favor que cada um decida o que legitimamente apenas implique consequencias para si próprio, não sou nem a favor, nem contra casamentos homossexuais, é uma questão que em nada me aquece ou arrefece pois não tenho rigorosamente nada haver com ela, não tem qualquer tipo de repercurssões que não apenas para as pessoas que a tomam.

Tal como foi pelo meu irmão dito, acredito que essa escolha (homossexualidade) é definida geneticamente na grande parte dos casos e portanto não vejo sentido em contrariar algo para o qual alguém já foi "formatado".

Acredito que um amor homossexual poderá ser tão intenso e verdadeiro como um amor heterossexual e portanto o casamento como consequência disso terá de ser legitimo.

Existem algumas formas "homossexuais" de estar no mundo que que me provocam alguma "repulsa", but on the other hand, também existem heterossexuais que me provocam o mesmo efeito, portanto não vou julgar o todo pela excepção.

Religiosamente parece-me improvavel, juridicamente acho possivel e legitimo.

No que respeita á formação de familia, discordo em absoluto com a adopção por parte de casais homossexuais, penso que a referencia pai/mãe é importante na formação de qualquer pessoa, mesmo aquelas para as quais fisicamente não é possivel, a referência existe sempre.
O que não penso ser a melhor referência é o binómio pai/pai ou mãe/mãe.
Aí, e tal como na questão do aborto, a decisão já interfere na vida de outra pessoa, o filho, que socialmente terá dificuldades em encaixar a sua realidade na realidade global e sofrerá necessariamente com isso. Porventura, será induzido a uma preferência sexual que não seria, eventualmente a sua escolha legitima.

Liberalização de drogas leves, casamento homossexual, tudo que seja uma escolha que não atinja ou interfira com o destino que não apenas o das proprias pessoas, igual a evolução, tudo que implique o contrário igual a regressão.

Abraços e beijos

Anónimo disse...

Hello!
Tema interessante este... vamos la ver se nao vai a referendo um dia destes...

Na essencia concordo com a perspectiva do APC. Concordo que a lei actual tem de se adaptar ao devir da sociedade e albergar a possibilidade de duas pessoas do mesmo sexo se casarem perante a lei.

Quanto a hipotese de terem uma familia. A unica palava que me vem a mente e... aberracao! Neste contexto torno-me completamente irracional e nem quero imaginar o cenario. Nao estamos perante um impedimento circunstancial (doenca ou idade) mas um impedimento de fundo... o facto de terem o mesmo sexo. Acho que nem e preciso entrar no contexto biologico, no desenvolvimento psicologico da crianca, porque ai daria lugar a estudos e mais estudos que se contradizem... E uma questao de racionalidade, pura e simplesmente. A liberdade de escolha nao deve afectar outros... ainda menos dependentes.

Um abraco para todos,
PSM